quarta-feira, 16 de maio de 2007

O que é Analise Vital

A Análise Vital é uma metodologia para diagnosticar oportunidades e necessidades de mudança das organizações e para definir caminhos para sua implementação com sucesso.

A palavra mudança é aplicada neste contexto em sentido amplo, pois inclui desde reengenharias de processos e projetos de melhoria da qualidade até - e principalmente - a própria invenção (ou reinvenção) do negócio.

A Análise Vital tem por objetivos:

  • Idealizar, através de um processo coletivo, criativo, pró-ativo e consensual, o alvo-futuro de um negócio, desenhando um mapa de mudança (ou de criação) - o Modelo do Negócio;
  • Conceber novos processos de negócio com base nas variáveis: organização, sistemas e tecnologia da informação, pessoas, e recursos de infra-estrutura, para implementação do Modelo do Negócio idealizado.

Por que Vital?

A metodologia é denominada Análise Vital porque encara a empresa como um organismo vivo, que busca realizar sua missão em ambiente competitivo e mutante, ao qual deve se adaptar e no qual pretende influir. Para isso, precisa manter suas funções vitais íntegras, em equilíbrio e com alto desempenho.

As vantagens desta analogia tem se comprovado pela facilidade com que é aprendida - independente de conhecimento prévio ou experiência dos participantes - e pela relevância dos resultados alcançados.

O que é considerado Negócio para Análise Vital?

"Negócio" para a Análise Vital é tudo que pode ser visto como tal, o que inclui desde uma organização em particular, como um conglomerado de empresas, um setor ou função empresarial ou mesmo projetos de qualquer porte.

Por exemplo, sob o ponto de vista da Análise Vital, poderiam ser analisados como um "negócio" tanto a empresa Petrobrás como uma de suas unidades operacionais, a Fronape - Frota Nacional de Petroleiros, ou até mesmo um setor, a Portaria do Edifício-sede, na Avenida Chile.

Também seriam modelados como negócios, projetos com tempo determinado de concepção, preparação e execução, como a promoção e realização de um evento ou a instalação de uma nova planta de produção de uma indústria.

Para todos estes negócios seria possível declarar sua missão e objetivos de qualidade, definir os produtos e/ou serviços que se propõe a oferecer e respectiva clientela, estabelecer indicadores de desempenho, delimitadores, mapear processos etc, desenhando um modelo-alvo do que se pretenda implementar.

Análise Vital foi desenvolvida

A Análise Vital foi desenvolvida pelo Professor Horácio Oliveira Soares Neto da MESTRE - Educação e Informática Ltda, tendo como objetivo a especificação de sistemas de informação de qualidade. Sua primeira versão foi publicada no livro "Análise Vital de Sistemas" - Edição Nova Lapa - Datamec - 1992.

Partindo do princípio de que a informação só tem qualidade na medida em que produz qualidade para o negócio, a Análise Vital preconiza que, antes de se conceber o sistema, deve-se conhecer o alvo da informação: as ações do negócio. De fato, só existirá qualidade na informação "médica" se gerar qualidade para a ação "tratar do paciente", na informação "ecológica" se contribuir efetivamente para "promover o desenvolvimento sustentável", na informação "policial" se aumentar a capacidade dos agentes responsáveis pela segurança pública para "prevenir e investigar crimes e delitos", etc.

Este enfoque resultou numa proposta metodológica baseada em dois modelos concatenados: o do negócio e o da informação; o segundo sempre dependendo da definição correta e inspirada do primeiro.

Ciclo da Análise Vital de Sistemas

Não obstante o sucesso da Análise Vital no desenvolvimento de sistemas de informação de qualidade, seu foco foi ampliado para além das variáveis informação e tecnologia.

De fato, para implementar mudanças significativas em negócios deve-se atuar de forma coordenada sobre todas as variáveis que condicionam os processos empresariais, a saber: informação, tecnologia, organização do trabalho, pessoas, materiais e infra-estrutura.

A ampliação da Análise Vital para além das fronteiras da Tecnologia da Informação deveu-se em parte à demanda das próprias empresas por mudanças radicais em seus processos, acompanhando a onda mundial das reengenharia e realinhamentos. E a versão ampliada Análise Vital, a Análise Vital de Negócio (AVN), respondeu com sucesso a esta aspiração.

Deve-se notar que o novo ciclo da Análise Vital obriga o investigador a repensar completamente o processo de trabalho, ao invés de simplesmente automatizar sistemáticas de trabalho antiquadas e inadequadas.

Analise Vital

Princípio I
O Objetivo da Metodologia é garantir a Qualidade:

Qualquer instrumento gerencial, em particular os sistemas de informação, só pode ser considerado de qualidade quando incorpora qualidade às ações dos negócios, possibilitando que estes disponibilizem produtos ou serviços de qualidade para seus clientes.

Forma-se assim a cadeia de qualidade: informação > negócio > cliente do negócio. Este princípio denota a importância de comprometer o desenvolvimento dos sistemas de informação com a missão da organização usuária. E justifica a necessidade de desenhar um modelo de negócio como alvo e referência para a criação dos sistemas de informação.

Princípio II
Investigar é formular perguntas.

O sucesso de qualquer investigação, seja ela criminal, médica, científica ou de sistemas, depende da capacidade do investigador de formular as perguntas corretas.

O bom investigador, mais do que respostas procura formular perguntas. É a pergunta que dirige o pensamento e o olhar do investigador na busca da verdade. A verdade surge naturalmente quando se formula a pergunta certa.

A Análise Vital se fundamenta no exercício consciente de perguntas. E de todas, a mais poderosa é "Por Quê?".

Princípio III
Investigação Coletiva e Consensual:

A melhor forma para diagnosticar necessidades e vislumbrar oportunidades de mudança nas organizações é através da investigação coletiva e consensual, com a participação de todas as áreas responsáveis e/ou impactadas pela mudança.

Esta forma de trabalho se justifica porque é rápida, gera soluções mais criativas, inovadoras e eficazes e garante o comprometimento de todos.

Princípio IV
Postura Pró-ativa na Definição de Objetivos:

Na investigação dos alvos de mudança deve-se adotar uma atitude pró-ativa, isto é, ao invés de simplesmente procurar saber e corrigir o que está errado hoje, deve-se idealizar o que gostaríamos de ter amanhã.

Procedendo desta forma, além da ação corretiva (eliminando as imperfeições ora existentes), está-se agindo também de modo aperfeiçoativo (melhorando processos que aparentemente estão indo bem) e preventivo (evitando que processos considerados sem problemas venham a se deteriorar).

Princípio V
Revendo Paradigmas do Pensamento.

É da natureza do ser humano pensar dentro de limites, os paradigmas. Nos impomos limites tanto no estabelecimento de alternativas como quanto aos valores que utilizamos para julgá-las.

Paradigmas inibem a inovação / há que se ousar /imaginar cenários de risco.

A pergunta "por quê" tem um papel primordial essencial na quebra / implosão dos paradigmas que cerceiam nosso pensamento do investigador de mudanças.

Princípio VI
Usar modelos para pensar, entender e inventar negócios e sistemas de informação.

Os grandes avanços do conhecimento humano estão associados à descoberta de linguagens e notações. A capacidade de pensar e comunicar nossas visões dos objetos de interesse e do mundo é potencializada quando se usa linguagens de modelagem adequadas para representá-las.

Entretanto, para se usufruir dos benefícios do modelo, a linguagem de modelagem deve ser apropriada ao uso que a ele se pretenda dar. Os modelos da Análise Vital devem ser precisos (garantindo unidade de entendimento), claros (fáceis de serem entendidos), especializados (cada um respondendo completa e rigorosamente a uma pergunta do processo investigativo) e estruturados (a complexidade da realidade deve ser desvendada através de uma coleção concatenada de modelos mais simples).

Em outras palavras, modelos devem ser usados para pensar e criar e não apenas para documentar o pensado.

Princípio VII
Modelo do Negócio: o mapa que garante a convergência de pensamento - na investigação - e de esforços - na implementação de mudanças.

O objetivo do Modelo do Negócio é descrever a essência da organização que gostaríamos de ter/ser.

O Modelo do Negócio funciona como um mapa que guiará o investigador de sistemas nas decisões de implementação, conduzindo-o a um porto seguro.

O Modelo do Negócio é representado por uma estrutura de ações qualificadas através de propriedades-objetivo de qualidade, devidamente quantificadas através de indicadores de desempenho.